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Xilogravura






J. Borges
José Francisco Borges ou J.Borges, como prefere ser chamado, é considerado o maior gravador popular em atividade no Brasil. Admirado pelo escritor e amigo de longa data Ariano Suassuna, J.Borges traduz em versos e traços o imaginário nordestino, dos costumes às lendas fantásticas.
Aos 20 anos, José Francisco Borges começou a comprar e vender cordel para sobreviver. Até que escreveu o seu primeiro cordel em 1964, com uma gravura emprestada. Na segunda publicação, arriscou fazer a própria gravura. E deu certo, sem qualquer tipo de aprendizado. Tudo na tentativa. Foi assim que surgiu um artista que passou a ser admirado em sua própria região, no Brasil e em diversos lugares do mundo. J.Borges coleciona viagens e exposições em vários países. “Estranho quando as pessoas falam em eu deixar a minha cidade. Sou como um índio que não abandona a sua aldeia. De Bezerros faço o que faço e mando para o mundo inteiro”, comenta.
Normalmente, ele escreve quatro ou cinco cordéis por ano, tanto para a venda quanto para encomendas. J.Borges deve a sua vida ao cordel, não somente pelo aspecto financeiro. Cordel é o seu jeito de ser. “Quando criança, a minha única diversão era o meu pai ler cordel para mim. Era a diversão, era a maneira de saber das notícias e era também a aprendizagem. Eu freqüentei apenas 10 meses de escola. Eu desenvolvi a minha leitura por meio do cordel”, revela.
Atraídos pela riqueza histórica dessa obra, a partir de 1970, artistas plásticos, intelectuais e marchands passaram a fazer encomendas das xilogravuras, fortalecendo progressivamente a obra. Capas de discos, livros e outras publicações, premiações de instituições nacionais e internacionais revelaram a qualidade da produção artesanal do artista popular.
J. Borges tornou-se um dos mais famosos xilógrafos do Mundo, publicou vários álbuns de xilogravuras e seu trabalho forma acervo de museus como o MoMa de New York, MASP, MAM e Pinacoteca de São Paulo.


Givanildo
Nascido em Bezerros, Estado de Pernambuco, a 8 de Julho de 1962, Givanildo Francisco da Silva aprendeu a técnica da xilogravura observando o trabalho do seu tio J. Borges. Sem incentivo para se desenvolver no domínio dessa arte, durante muitos anos sua única fonte de renda foi o trabalho como pedreiro, atividade a que ainda hoje recorre para a complementação da renda familiar. Participando de feiras de artesanato na região, começou a divulgar o seu trabalho tanto regional quanto nacionalmente. Hoje, o Museu do Homem do Nordeste da Fundação Joaquim Nabuco, em Recife, possui uma coleção de aproximadamente 200 matrizes de sua autoria. Entre outras mostras, Givanildo participou do IV, V e VI Encontro Latino Americano de Folclore e Artesanato e, enquanto integrante da Associação de Artesãos de Bezerros, vende suas gravuras em lojas e feiras do Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Olinda e Caruaru, além de Bezerros, cidade onde reside.

Objetos de decoração










CARUARU: barro expressão da identidade nordestina
Por Olívia Mindêlo

Elemento primitivo da natureza, tão caro à história da humanidade, o barro está no alicerce do imaginário popular do Nordeste, do Brasil. É a matéria-prima que ajudou a traduzir em linguagem visual aquilo de que muito livro foi incapaz: a essência da população nordestina, expressa a partir de uma relação visceral homem-barro. As mãos responsáveis por essa interface têm nome e endereço - Vitalino Pereira dos Santos (1909 – 1963), de Caruaru. Falar da cidade agrestina, sem lembrar o legado artístico do mestre, é como citar o Rio de Janeiro sem o Cristo Redentor.

Seus boizinhos e, sobretudo, sua arte figurativa de "bonecos" ajudaram não só a fomentar uma escola que sobrevive e é massivamente reproduzida até hoje no Alto do Moura, celeiro dos ceramistas populares de Caruaru, como foram responsáveis também por colocar a capital do forró no mapa mundial (há peças de Vitalino no Museu do Louvre, em Paris, por exemplo). Também por isso suas peças de barro colaboraram com a construção da nossa identidade cultural - raro o brasileiro que nunca tenho visto uma delas na vida; são obras presentes no nosso inconsciente coletivo. É que, mais do que um artista, o ceramista foi um antropólogo visual; um cronista de sua época, de sua sociedade, muito embora tenha morrido analfabeto e com uma pobreza desproporcional à fama.

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